F A D O
…meu fado de chegar.
Não é do Fado da Amália que vos falo hoje.
Não é da sua Voz, enorme, de Fado.
É do Fado em nome de DESTINO.
Destino.
UM conceito em que EU não acredito.
Absolutamente.
Não acredito.
Nunca tive medo de chegar. Mas sempre muito pouca vontade de partir. De deixar o que tenho, até porque o que sempre tive, sempre foi. No mínimo dos míninmos.
BOM.
FADO.
De Aveiro fui para Viana Do Castelo, sem conhecer ninguém. Duas cidades geminadas, irmãs, e ninguém que nos unisse. As primeiras 3 pessoas com quem partilhei casa, a vida, são meus amigos, somos amigos hoje, que não nos vemos há anos, somos amigos hoje, como se ainda vivêssemos juntos. Depois deste tempo todo. Não é uma convicção, é um sentimento.
Em Viana fui para Orebro, Suécia. Ainda que acompanhado por um amigo, e com a força que isso nos dá, tudo era novo. Percebi como é possível gostar de alguém, em 3 ou 4 meses, ao ponto de os desejar AGORA, AQUI, ao pé de mim, 9 anos depois. Ao ponto de desejar hoje que todos os seus sonhos estejam em Forma, ao ponto de acreditar que em três meses…ou quatro…fiz Amigos.
Entretanto, numa surpresa nem pensada, 2 dias e decidi. Nem mais um. Não podia. E no meio de incertezas e fobias, fui para o meio do atlântico, mais uma vez para o desconhecido e apenas restringido a um amigo comum. Caí na casa dele(s) de pára-quedas. e UMA semana ou duas para encontrar refugio. Acontece que as 3 pessoas que me acolheram, me deram uma alegria. E VIVI com eles 8 meses de intensas alegrias…e muito trabalho, facilitado pelo regresso diário à sua companhia. A nós. …Grande Minhoto..
Volto a Aveiro. Minha terra. Minha família. Meus amigos de sempre, minha família. E..novos amigos. Intensos. Carinhosos. Talentosos e talentosos do carinho. Até me apaixonei. Lágrimas e sorrisos, e um novo mundo dentro da minha cidade. E os de sempre…Os de sempre, sempre. Não há volta a dar. Graças à LUA.
Finalmente chego a Lisboa. Sem nunca o ter pesado, sabia perfeitamente o seu peso na minha vontade. Nunca fui de ficar parado, apesar da preguiça, sempre fui de correr atrás. Mesmo que atrasado. Sinto-me em cliché. “estou no sitio em que sempre quis estar”. À procura de um sonho…não!! A SONHAR,
E passo ante passo, pé ante pé, dedo depois do dedo, sigo o meu caminho. E não há caminho solitário. Por muito só que esteja. A cada passo uma pessoa. Um conhecido. Um amigo. Uma amante. Um inspirador. Um louco.
Todos iguais a mim.
E conheço Gente interessante. E mais. E ainda mais. E…Mais ainda. Mais gente e mais interessante.
É este o meu fado?
É este o fado do qual não posso uma lágrima?
Sem dúvida. ´
Posso queixar-me de tudo e algo mais. Neste aspecto não. Nem pensar. Sempre fui, e sempre aqui é mesmo sempre, muito FELIZ na sorte das pessoas que fui encontrar. Em cada lugar. Em cada LUGAR! Em cada LUAR..
E na ultima lua cheia( de 19 para 20 ou 21), que acaba agora – não acaba nunca - de brilhar, iluminar, foi a minha verdadeira estreia e a prova mais recente do meu FADO. Do meu fado BOM. O meu fado de amar. O meu fado de me apaixonar. Repetidamente por quem estou a encontrar, Incondicionalmente por quem me faz bem. Por quem me faz viver. Sem sonhar sequer, sem sequer sonhar que o está a fazer.
Mas faz.
E eu só posso agradecer.
Ao meu fado.
Fado BOM.
Ao destino que NUNCA me traçarás.
Que eu o faço.
Ai se faço!
Ao meu destino que EU o traço.
Ai se traço!
Aos meus sonhos que os enlaço,
E embalo, no meu regaço.
Para nunca adormecer sem antes os alcançar.
E tento.
E vivo.
Nem que viva de tentar.
E abraço.
Abraço.
O meu Fado BOM.
FADO.
BOM.
FADO.
Esse Fado de que vos falo.
Esse meu Fado de chegar a ti.
A Vocês. A NÓS.
O meu.
Bom.
FADO.
Miguel Coutinho
(07:57) 23.o1.2011
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