
Peço-te desculpa, Aveiro.
Perdoa-me por todos os momentos que não passamos juntos, minha Veneza de Portugal.
Há muito que parti, sem nunca te ter deixado, é certo, mas há muito que me levei para outras paragens.
Deixa-me dizer-te que tenho saudades tuas. Não é sempre, nem de uma forma dramática.
A saudade bate quando lhe apetece.
Sinto falta das tuas pessoas, que, como eu, nasceram de ti. cresceram em ti.
Comigo e Contigo.
Sinto falta da Ria que esbraceja por entre ti. do reflexo distorcido, misterioso que ela nos dá.
Do sol que se põe para lá das salinas..e.. das salinas em si.
Da tua horizontalidade geográfica.
Do teu cheiro.
Das tuas praias, do teu mar, do meu farol.
Do teu vento que tantas vezes nos consome.
Tenho saudades da tua LUZ. da tua luminosidade impar.
De saborear o teu amanhecer...
De saborear o em ti viver. contigo.
Volto a espaços.
Aquela sensação de rever velhos Amigos, Amigos de sempre. Amigos que são para sempre.
Lembra-te de mim...
Sou filho da minha terra.
e a ti sempre hei-de voltar. e tornar a voltar.
Por muito longe ou muito perto que esteja.
por muito tempo ou quase nenhum que passe.
Porque sou mais feliz quando a saudade me leva até Ti.
Até TI e para mais lado nenhum.
E cada vez que chego, e porque cada vez que chego,
mesmo quando estou já de partida,
me recebes de braços, da ria, abertos e um soLrriso sincero e quente,
Eu te digo, docemente, como um trovão!:
GENTE DA MINHA TERRA, TERRA DA MINHA GENTE,
PERDOEM-ME SE NÃO ESTOU, PERDOEM-ME QUANDO NÃO VOU.
Porque eu NUNCA vos vou perdoar se não estiverem aí,
quando eu voltar..
e Eu volto sempre.
Miguel Coutinho
(12 Maio, dia da Cidade de Aveiro)