sexta-feira, 1 de outubro de 2010

SOU


Libertando-se da sua carapaça social. Voltando a ser Corpo e Mente.
Somente.
Para poder ser tudo aquilo que quiser ser.


Miguel Coutinho

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Também por ser o Teu Aniversário


JOÃO. Tem nome de rapaz, uma das Mulheres mais fascinantes que conheci. Tem a força que às vezes me falta. e tem a falta que às vezes me faz perder a força. Mas tem sobretudo uma enorme beleza. Que vem de dentro, e se estende até aos olhos de quem a consegue Ver. Impetuosa sim. De feitio vincado também. Mas do mau feitio que nos fala o vento, nem vê-lo; quando está Feliz tem um olhar de mar tranquilo. Não, não é azul, é..enorme, e é possível admira-lo horas a fio sem pestanejar.
MARIA gosta de Viver em sangue quente. Pouca gente consegue ser tão emocional e racional ao mesmo tempo. Tão Terrena ou Lunar no mesmo dia. Às vezes parecem ser defeitos, mas a Vida desmascara essa mentira. a quem VIVE de noite e de dia. ao mesmo tempo.
Neste dia, que há mais de um ano Solar, ou será Lunar?, passou a ser especial, para mim também, por Ti, quero que tudo o que é especial, e essencial para esse teu olhar FELIZ , de Lua e mar ao mesmo tempo, INUNDE OS TEUS DIAS. PONTO.

P A R A B É N S



Miguel Coutinho

(Planeta Lua, 13 de Julho 2010)


terça-feira, 1 de junho de 2010

Num outro dia qualquer


A viagem começa no Tejo. Não porque estou no rio, mas porque nele repouso o meu olhar. Atravesso-o vezes sem conta..sem contar com as vezes que fico a pairar.
Os cacilheiros no seu vai e vem, rasgam a paisagem com a doçura de um pincel, ao longe. Volto a mim. A mim não.
Aos que me rodeiam. aos que me contextualizam.
Não são muitos neste caso. Mas ganharam vida. Identidade. Sem nome, representam um esterótipo, todos representamos. Quanto mais não seja, pertencemos ao esterótipo dos que não pertencem a estereótipos. Redundante sim, mas conclusivo.
Deixo-me guiar pelo instinto, percorrendo quem, ou o que, me chama a atenção.
Acho que passei por cada um.
Num ápice as turbinas aquecem e o avião que me transporta descola. Estou noutro país, noutro qualquer tempo, noutro qualquer espaço. Estou no mesmo lugar. e uma criança pequena a sirigaitar também. e um bacano a tocar guitarra, um cigarro aceso a luz solar e um cão.. também. e Gente de várias nacionalidades, e gente de estratos sociais diferentes, de tacão, sem tacão, descalços, com calção, fato e até gravata também. e os que não têm ninguém também. E.. casais, grupos de amigos, meninas a comer gelados ou a beber cerveja, meninos que fumam charros. e eu também.. estava lá.
e idosos e famílias, trabalhadores e sem trabalho...também estavam lá. Pessoas de Aqui e de Acolá.
Uma tranquilidade de quem partilha sem se mostrar.
É por esta altura que te avisto. Na vontade de partilhar o momento, a viagem, o gozar daquela paisagem. o azul, o verde, o teu vermelho..o roxo, o amarelo. o singelo e o mosntruoso.
...Foges ao de leve.
Foi suave esta aterragem. A tua imagem desvanece-se agora no azul do rio...vai dar ao mar. E eu, em jeito de quem agradece, pergunto ao azul, agora, do céu, se um dia me vais encontrar. Não espero respostas.
Levanto-me e sigo o meu caminho. Leve, tranquilo, relaxado.
Quando esse dia chegar, se chegar em algum dia, não será, com certeza, num outro dia qualquer.


Miguel Coutinho

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O Dedo Que Aponta para Saramago



..."Reticências, Reticênciaaaas!!" Exclamou...
e Reticencias nada.
Ponto Final era apaixonado por Vírgula, Virgula era apaixonada por Ponto Final; mas Ponto final tinha chegado há pouco tempo de Final da Frase.
Irmão gémeo de Ponto Final, conhecido pela sua rigidez, Ponto Final Parágrafo dava todo o seu apoio ao irmão para este casar com Virgula.
O problema era que Virgula, vendo no casamento um grande Ponto de Interrogação, reflete sobre Dois Pontos: 1- "será que me ia dar bem com o ponto de iterrogação?", 2- " Será que o Dois Pontos não é primo dos gémeos Ponto Final e Ponto Final Parágrafo?".
...algum tempo passou... e, de Reticências, nada!...
O grande Ponto de Interrogação tenta aproximar-se de Virgula, o que provoca grande confusão!
Os irmãos, Ponto Final e Ponto Final Parágrafo, ajudados pelo primo Dois pontos, gritam em uníssono: "Vamos a eeeleeeeeeeeeeee!".
Ponto Final Parágrafo escorrega e quase cai no chão. Ponto Final fica para trás para ajudar o irmão Ponto Final Parágrafo, mas vê Virgula cada vez mais próxima do grande Ponto de Interrogação e, largando a mão do seu irmão, segue Dois Pontos e dirigem-se para junto de virgula e Ponto de interrogação.
Tudo parece acabar em bem, Virgula e Ponto Final poem um ponto final na relação, mas vivem felizes para sempre.
Todos juntos, Virgula, Ponto Final, Ponto Final Paragrafo, Dois Pontos, Ponto de Interrogação; e ainda Ponto e Virgula e Ponto de exclamação, procuram por Reticências... Mas em vão...
"Reticências... Reticências..." ecoará para sempre nos habitantes de Ortogville...
Ponto Final.

Miguel Coutinho

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A sAudAde bAte quando lhe Apetece




Peço-te desculpa, Aveiro.
Perdoa-me por todos os momentos que não passamos juntos, minha Veneza de Portugal.
Há muito que parti, sem nunca te ter deixado, é certo, mas há muito que me levei para outras paragens.
Deixa-me dizer-te que tenho saudades tuas. Não é sempre, nem de uma forma dramática.
A saudade bate quando lhe apetece.
Sinto falta das tuas pessoas, que, como eu, nasceram de ti. cresceram em ti.
Comigo e Contigo.
Sinto falta da Ria que esbraceja por entre ti. do reflexo distorcido, misterioso que ela nos dá.
Do sol que se põe para lá das salinas..e.. das salinas em si.
Da tua horizontalidade geográfica.
Do teu cheiro.
Das tuas praias, do teu mar, do meu farol.
Do teu vento que tantas vezes nos consome.
Tenho saudades da tua LUZ. da tua luminosidade impar.
De saborear o teu amanhecer...
De saborear o em ti viver. contigo.
Volto a espaços.
Aquela sensação de rever velhos Amigos, Amigos de sempre. Amigos que são para sempre.
Lembra-te de mim...
Sou filho da minha terra.
e a ti sempre hei-de voltar. e tornar a voltar.
Por muito longe ou muito perto que esteja.
por muito tempo ou quase nenhum que passe.
Porque sou mais feliz quando a saudade me leva até Ti.
Até TI e para mais lado nenhum.
E cada vez que chego, e porque cada vez que chego,
mesmo quando estou já de partida,
me recebes de braços, da ria, abertos e um soLrriso sincero e quente,
Eu te digo, docemente, como um trovão!:
GENTE DA MINHA TERRA, TERRA DA MINHA GENTE,
PERDOEM-ME SE NÃO ESTOU, PERDOEM-ME QUANDO NÃO VOU.
Porque eu NUNCA vos vou perdoar se não estiverem aí,
quando eu voltar..

e Eu volto sempre.



Miguel Coutinho

(12 Maio, dia da Cidade de Aveiro)

terça-feira, 4 de maio de 2010

"Onde estarei" Mano

Viajo em ti

acendi-um com um fósforo..dá-me um ar intelectual misterioso..melancólico até.. Já não sei se é do fósforo incandescente ou dos acordes que já me estendem o pelo na pele..ao de leve..
mais uma passa..passa..que trespassa..passa..passou.
não repito por acaso. escrevo já ao ritmo dos acordes que se repetem e se repetem e se derretem se derretem se...no ouvido.
palmas.
já acabou? estado ansiedade.
na verdade, continua..mais nua agora, mais crua.
Parei para te curtir.. de escrever, não de ouvir. Deves estar a.. CURTIR! à brava. a sentir cada som como se de um solo, que o é, se tratasse..tratasse,trattasse.
Acaba e repito mais uma vez.
Agradeço e parto até à próxima viagem..
até à próxima paragem..
Onde cheguei.
Onde Estarei..........
?


Miguel Coutinho

ao ritmo de Mano "onde estarei"

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Lua e Sol em Caranguejo

Abro os olhos acordo em Lisboa.

Não sei se acordei de um sonho ou se dormi um pesadelo, mas! ao acordar segue-se um novo dia. e Esse dia chegou. E chega todos os dias.
Seja depois de um sonho ou das brumas de um pesadelo.

Abro os olhos acordo em Lisboa.

Está calor. Já não sinto o frio. Minto.
Se sinto o calor é pela razão do frio.
O frio já não me incomoda. Mas sinto.
E a chuva já não me molha.

Abro os olhos acordo em Lisboa.

Os dias estão maiores. VINTE E QUATRO horas.
às vezes 25.
As horas estão mais pequenas. SESSENTA minutos.
por vezes 45.
E os minutos.. ai, os minutos.. UMA VIDA.
às vezes e por vezes num minuto muda todo o Meu Dia.

Abro os olhos acordo em Lisboa.

Na cadência de uma balada. OU num allegretto andamento.
VOU.
por aí, por ali, por acolá. até aí.
até lá.
Vou. mas volto. VOLTO sempre.
Quando dá.

Abro os olhos acordo em Lisboa.

Às vezes paro.
Há SÍTIOS por onde não consigo passar.
Fico.
Páro e Fico sem esitar.
Deixo-me envolver. Descanso o olhar.
Visito AQUELE lugar.
Lugar é plural. aquele também.
e deixo-me Voar.
por momentos e pessoas e lugares. e ninguém.
Momentos e pessoas no singular.
A voar, sentado, nunca vem.
o dia que não é singular.
e o singular.
que do plural se faz também.

Abro os olhos acordo em Lisboa.

A estrela que não é jardim,
repousa seus raios no Adamastor. Que não é gigante.
acaba no horizonte.
Desaba sobre o Rio.
E quando esse sol que me ilumina e aquece...desfalece,
Vejo a Lua em meu redor.
Sinto a Lua.
Em todo o seu esplendor.


Abro os olhos acordo em Lisboa.

Fecho os olhos e adormeço.
à espera de acordar.

Em Lisboa.



Miguel Coutinho





terça-feira, 6 de abril de 2010

E C L I P S E

Queria ter-te Abraçado com muito mais força..

Queria ter-te Abraçado muito mais tempo..

Quando?



...de todas as vezes que te Abracei.



Miguel MooN