terça-feira, 13 de setembro de 2011

S E M J E I TO

Hoje a Lua parece o sol. A noite parece dia. o amargo, doce azia. Que falta me fazia ter um dia de caracol.. Preciso tanto de chorar e não me cai uma lágrima. Sinto-me inundado de sensações, afogado nessas àguas minhas que sorvo. E tenho sono, mas não caio a dormir. Não me deito. É o meu jeito. Mas não me dá jeito, mata-me aos poucos. Que vontade de viver, que vontade de ter, de dar prazer. Que vontade de explodir em milhares de sentimentos. Profanados de mim. Sou assim. É o meu jeito. Estou tão cansado que só consigo continuar, Estou tão triste, mas nem tanto. Só consigo ser Feliz de vez em quando. Que vontade de abraçar este luar. neste momento. continuando. E as ruas, os passeios e os cruzamentos. e as pontes. E as construções e os aluimentos. e as pedras da calçada que já não me dizem nada, quando passas, quando passo. A cada passo que não dou, passou. E as mãos nos excrementos, a perna no buraco e a pedra no sapato. A sola lisa que desliza. E os pés que tropeçam nos momentos, e os sonhos e os sentimentos que esvaem em desacato. Outra dose no meu prato, que eu quero comer a minha vida. Devorar a cada dia, ao meu jeito. Com doce azia. Foi-se a noite, chegou vazia. e o amargo foi-se ao luar. embrulho-me de magia e deito-me para acordar. Vou-me deitar. Sou assim, é o meu jeito. Fechem a porta. Fechem bem a porta, que eu quero entrar. Miguel Coutinho